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Por que achamos que ser magra é bonito?

Atualizado: 13 de out. de 2021

Todos os dias somos bombardeadas por imagens de propagandas, muitas delas com pessoas que possuem um padrão estético muito parecido.

Corpos magros, pele sem rugas e manchas, narizes pequenos, dentes alinhados e brancos, cabelo com os fios todos no lugar.

A exposição a este padrão de beleza é tão frequente que o inconsciente o internaliza como se fosse o mais bonito e desejável.

Muitas vezes olhamos no espelho procurando algum "defeito", algo que não está dentro do padrão e que precisamos mudar.

O nariz que nunca te incomodou passa a incomodar, aquele dentinho torto que é um dos seus charmes parece muito mais torto do que é.

Seios e quadris então, nem se fala...

Ainda mais quando uma amiga chega falando que fez aquela lipo ou cirurgia para "arrumar" o nariz, aí é que o espelho grita mesmo!

Isso já tem até nome psiquiátrico, transtorno dismórfico corporal, doença caracterizada pela percepção alterada de si mesmo diante do espelho.

Criamos mil problemas em nossa aparência buscando a beleza padrão da moda, que encontramos nos mais diversos tipos de anúncios em sites, revistas, televisão e redes sociais.

E quando vemos alguém próximo de nós com aquelas características tão desejadas imediatamente sentimos frustração e inveja.

Tem até aquela expressão que eu acho péssima… "inveja branca".

Os padrões estéticos são baseados em pessoas que, muitas vezes, dedicam sua vida a isso: cirurgia plástica todo ano, dermatologista todo mês, salão e esteticista toda semana, academia todo dia, personal trainer, acompanhamento nutricional…

É a profissão da pessoa, entende? O produto dela é a própria imagem.

Então, o que grandes marcas fazem é se associar a pessoas que têm o padrão considerado de elite, para passar a mensagem sutil de que é o seu produto que fez a diferença.

E o grande perigo é que, com a concorrência cada vez mais acirrada, as marcas precisam apelar para promessas cada vez mais absurdas e pagar mais caro pelas celebridades do momento.

"Use o produto Z para ter dentes mais brancos, um sorriso lindo brilhante encanta as pessoas e você será mais rico e feliz!"

"Tome a pílula Y para derreter gordura enquanto dorme."

Consegue enxergar que sucesso e felicidade duradouros estão sempre atrelados às promessas desses produtos?

Já buscou se questionar sobre estes padrões e os efeitos que causam nas suas emoções?

O primeiro ponto importante é que os padrões de beleza mudam de época para época.

Se você observar pinturas da idade média, as mulheres "bonitas da época" eram retratadas com quadris largos, coxas generosas e rostos mais cheinhos.


E o que este padrão refletia na época?

A disponibilidade de comida era limitada, então a gordura destes corpos era um sinal de status e privilégio: o de poder comer mais do que os outros.

Com isso é fácil perceber um segundo ponto muito importante sobre os padrões de beleza:

Apesar de mudarem com o tempo, os padrões têm como regra serem acessíveis a poucos, sustentando aqueles que se julgam na elite.

O padrão de beleza atual só é alcançado através de procedimentos estéticos muito invasivos e muita, mas muita dedicação ao corpo.

E tá tudo bem se você busca isso, mas a provocação aqui é: o quanto esse padrão de beleza está te trazendo infelicidade?

E é exatamente a busca por este padrão de beleza irreal que produz tanto lucro para a indústria da beleza.

Neste mercado, circulam trilhões de dólares anualmente e não parece que eles estão muito interessados em que você se sinta realmente feliz com a sua beleza natural. Com aquilo que é único em você!


Se aceitar, é um trabalho nem sempre tão fácil de autoconhecimento e autoaceitação, mas que dever ser trabalhada todos os dias, e o ensaio feminino é uma das ferramentas que pode fortemente te ajudar neste processo. Seja grata como você é! Isso se chama amor próprio.

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